Brasil e França emitiram na quinta-feira, 5, um comunicado conjunto reafirmando sua parceria para combater a crise climática. O foco principal é a COP30, que acontecerá em Belém, Pará, em novembro, e a necessidade de acelerar as ações para limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme o Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025. A declaração foi divulgada durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França, quando o presidente da França, Emmanuel Macron, confirmou presença no evento de novembro.
“Estarei presente em Belém com o presidente Lula, na COP30. Será um encontro crucial para remobilizar a comunidade internacional em torno desses objetivos”, afirmou o líder francês durante coletiva de imprensa.
O anúncio dos dois países pressiona por Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) mais ambiciosas até 2030. Isso inclui o compromisso de reduzir emissões de gases de efeito estufa em todos os setores econômicos e combater o desmatamento, especialmente na Amazônia. Além disso, os países cobram das nações mais ricas maior financiamento para que países em desenvolvimento possam investir em clima e natureza.
O comunicado destaca a COP30 como um “marco para o multilateralismo” e enfatiza a importância da participação de comunidades indígenas, do setor privado e de governos subnacionais. A França apoia a proposta da presidência da Conferência por um mutirão global pelo clima, visando ações concretas e “ação coletiva pelo bem comum”.
Ambos os países apelam para que todos os atores – instituições internacionais, sistema financeiro e sociedade – se unam para alcançar as metas climáticas. O texto também convoca outros países a combater a desinformação climática e a reafirmar a centralidade do conhecimento científico, bem como a sabedoria dos povos indígenas e comunidades tradicionais.
Embora celebrem os avanços do Acordo de Paris, Brasil e França item que o ritmo de implementação é insuficiente. “Precisamos fazer melhor e mais rápido para atingir todos os objetivos do acordo, em particular limitar o aumento médio da temperatura a 1,5°C, e tornar as perspectivas de uma transição justa mais concretas, sem deixar ninguém para trás”, afirmam.
Combate às Desigualdades
O comunicado também reforça que a transição climática está intrinsecamente ligada à luta contra as desigualdades sociais e econômicas. “Políticas para a transição energética e a adaptação de populações vulneráveis são estratégias de desenvolvimento viáveis e essenciais”, defendem.
Para reduzir a vulnerabilidade de comunidades locais, as nações priorizam o Fundo de Perdas e Danos, criado para compensar países mais afetados pelas mudanças climáticas, e o Quadro de Resiliência Climática dos Emirados Árabes Unidos. “A transição deve fortalecer o combate à pobreza, à fome e à desigualdade. Esses desafios não podem ser considerados contraditórios”, concluem Brasil e França.